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Aumentando os Lucros através do Bem Estar Animal

Atualmente, a questão do bem estar animal de produção causa uma crescente inquietação social, uma vez que a sociedade exige um sistema produtivo ético e aceitável. Essas preocupações afloraram, principalmente, pós 2ª Guerra Mundial e a publicação do livro Animal Machines (Ruth Harrison, 1964) – que denunciava os maus tratos sofridos pelos animais de produção com o único objetivo de maximização de lucro – despertou na sociedade a preocupação quanto às práticas adotadas na criação dos animais voltados à produção de alimentos. Um outro marco nesse contexto foi a elaboração das 5 liberdades animais, que consistia de manejos mínimos para que os animais tivessem um bem-estar respeitado.

Em se tratando de criações intensivas – suínos e aves, que são criados em instalações com sistemas de ventilação semelhantes – más condições de ambiência podem prejudicar o bem estar animal, uma vez que temperaturas fora da faixa de conforto térmico influenciam diretamente o consumo de ração e consequentemente a conversão alimentar.

Na suinocultura podemos citar as fêmeas em lactação que exigem uma temperatura em torno de 20 ºC, pois em condições de estresse calórico, esses animais reduzem a ingestão de alimentos, impactando na produção de leite, e problemas reprodutivos pós-lactação devido ao baixo escore corporal. Altas temperaturas dentro de instalações de gestação também podem trazer prejuízos, reduzindo o número de leitões nascidos vivos. No caso da avicultura, existem inúmeros estudos que relatam os efeitos do estresse térmico sobre o desempenho zootécnico desses animais. Esses problemas são, desde redução no consumo e aumento na conversão alimentar à problemas na composição química da carne. Em estudo, St-Pierre et al. (2003) estimaram os prejuízos causados pelo estresse calórico, na ordem de 1,6 a 2,36 bilhões de dólares na indústria de produção animal no EUA, e desse montante, 128 a 165 milhões foram referentes à indústria avícola. Mesmo sendo em outro país, esses dados dão a dimensão do problema.

A resolução desse tipo de problema passa por monitoramento preciso do ambiente com princípios já aplicados em diversas áreas da engenharia, chamado de Zootecnia de Precisão. A palavra “precisão” diz tudo sobre essa tendência, em um setor com baixa margem de lucro para o produtor. Essa questão fica ainda mais evidente quando se percebe que algumas instalações não dispõem de equipamentos adequados que permitam verificar se a temperatura está dentro do que é considerado ótimo para esses animais.

Ressalta-se que esses equipamentos precisam ser dispostos em pontos corretos dentro do ambiente para que se possa ter coleta de dados confiáveis para mitigar as falhas existentes.

Daí é possível ter uma dimensão da importância do tema, e fica evidente a necessidade de fornecer aos produtores equipamentos com preços acessíveis, duráveis e de baixo custo, que permitam a todos – inclusive aos pequenos criadores – disponibilizar um ambiente que forneça o máximo bem estar animal, aumentando os lucros do sistema.

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